Meus filhos. Que o Senhor
nos abençoe.
A vida estua em triunfo
desde a expressão das moléculas na sua pequenez até a grandiosidade cósmica na
sua totalidade. Somos viajadores do tempo, encetando experiências que
desenvolvemos lentamente, na busca da plenitude que nos aguarda. Caímos aqui e
levantamo-nos, dando curso ao compromisso abraçado sem nos determos na queixa
improdutiva ou na lamentação injustificada.
Jesus, meus filhos, é para
nós o sol de primeira grandeza, cuja claridade nos penetra e cujo amor nos
liberta das imperfeições. Não é esta a primeira vez que o temos buscado.
Em épocas recuadas, diante
das labaredas que chamávamos sagradas, no silêncio das noites orientais,
procuramos emergir do caos para ascender, sintonizando com o divino pensamento.
Lentamente, construímos civilizações à margem dos grandes rios e sepultamos os
ideais de beleza nos santuários de pedra e nos rituais que não tinham sentido
profundo de significação real. Distanciamo-nos, não obstante as vozes dos
missionários que traziam a mensagem da vida maior. O ego predominante fez-nos
sucumbir, abandonando a causalidade primeira.
Veio Jesus e a sua palavra
clara, quão profunda, arrebatou-nos. Seguimo-lo através dos tempos, restaurando
o pensamento platónico, erguendo escolas, mas as tentações do mundo
atraíram-nos e a vaidade perdeu-nos.
Atravessamos a noite
medieval modificando a estrutura da mensagem e erguendo santuários de pedra,
adornados da vaidade humana transitória, e perdemos o contacto novamente com o
pensamento divino.
Com Huss, Lutero,
reencontramos a mensagem e nos empolgamos. Acompanhamos o monge libertador,
seguindo-lhe o pensamento claro, mas não suportamos a pressão dos príncipes
alemães e declaramos que o povo, os camponeses, mereciam ser submetidos em
detrimento da proposta de Jesus, que era libertadora.
Multiplicamos
interpretadores da palavra e tornamo-nos comensais dos interesses apaixonados
do mundo.
Vem Allan Kardec e restaura
a proposta de Jesus, brindando-nos o Consolador. Apoia-se no fato científico
demonstrado no gabinete da experimentação, que atesta a imortalidade da alma, a
sua comunicabilidade, a reencarnação e a justiça divina.
E que é, meus filhos, que
nós temos feito da revelação espírita? Chega o momento grave das decisões. Esta
é a hora de perseverarmos no ideal libertador e de difundirmos o pensamento do
Mestre na sua pulcritude para que o mundo angustiado e triste encontre rumo e a
criatura esvaziada de objectivos nobres preencha-se de ideal feito de luz e de
verdade.
Comprometeste-vos, antes do
berço, de desfraldar a bandeira da doutrina espírita e de apresentá-la ao mundo
no aturdimento que vivemos.
Aceitastes a incumbência de
servir sem serdes servidos. Aceitastes a tarefa de amar mesmo que
incompreendidos. E por isso sois poucos, irmanados ao ideal da verdade, nesta
luta sem quartel, do bem verdadeiro contra o mal transitório.
Não desanimeis; Jesus
convidou apenas doze. Este tombou, aquele se equivocou, outro mais foi
arrebatado pelas dúvidas e não obstante colocou os alicerces do reino de Deus
nos corações.
Não vos preocupeis,
portanto, com a quantidade expressiva, mas não importante.
Qualificai-vos para servir.
Levai a luz ao lugar em que predomina a treva, a esperança onde a angústia
reside e a certeza do triunfo da vida sobre a morte no chavascal das paixões
humanas e das fragilidades do comportamento moral.
Cantai alto a imortalidade
da alma, a sua vitória sobre o corpo transitório e vivei em consonância com o
ideal que abraçais.
Nós, vossos amigos
espirituais, acima de partidos e de facções, vos amamos, confiando que ireis
corresponder à magnitude do compromisso, no exercício de trabalhar a terra dos
corações para que as sementes eternas da Boa Nova germinem, frondejem,
refloresçam e frutifiquem mil por cada semente.
Esta é a hora, meus filhos.
Já passamos por esses caminhos; são-nos muito conhecidos.
Sabemos do jugo da carne, da
sua pressão. Experimentamos as pressões psicossociais, sócio-económicas,
ambientais, por isso que vos amamos, porque tendes buscado ser fiéis a Jesus
descrucificado. Levai-o adiante.
Nunca, quanto hoje, o homem
embriagado de ciências e de tecnologia apresentou o coração tão vazio e a alma
tão carente de paz e de amor.
Falta a este homem das
estrelas e das micro-partículas a suave ternura do Mestre da Vida. Sede a voz
doce e forte, o calor suave e nobre, a bondade vigorosa e meiga.
Impregnados do espírito do
Cristo, lograreis o intento entesourando bênçãos de paz, de saúde e de valor
moral para vós e o vosso trabalho.
Abraça-vos, em nome dos
amigos espirituais do vosso Grupo, o servidor humílimo e paternal de sempre –
Bezerra.
Muita paz, meus filhos.
(Mensagem psicofónica do
Espírito Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, ditada ao médium Divaldo Pereira
Franco, em 19.8.98, em reunião do Grupo dos Oito, no Rio de Janeiro, RJ.)
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