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segunda-feira, 27 de junho de 2016

O Que é o Auto de Fé de Barcelona?

"Barcelona 1861"

 Allan Kardec enviou para o editor Maurice Lachatre, residente em Barcelona, cerca de trezentos exemplares de O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e da Revista Espírita, além de algumas brochuras avulsas.
O material foi recebido na alfândega,   todas as obrigações fiscais satisfeitas. 
Tratando-se de obras literárias, porém, a encomenda teve de ser submetida ao bispo local, D. António Palau y Termens, autoridade responsável pela polícia de livraria.
 Como não interessava a divulgação daquelas obras à religião dominante, o mencionado bispo determinou a sua apreensão e que as obras proibidas fossem queimadas em local público destinado à execução de criminosos. Ao pedido que foi feito de reexportar as obras, respondeu com uma recusa assim motivada: A Igreja católica é universal, e os livros, sendo contrários à fé católica, o governo não pode consentir que eles vão perverter a moral e a religião de outros países.
        Assim, eis um bispo estrangeiro, que se institui em juiz do que convém ou não convém à França! A sentença, portanto, foi mantida e executada sem mesmo isentar o destinatário das despesas de alfândega, que se teve muito cuidado em fazê-lo pagar.
Kardec ainda consultou aos Espíritos se deveria apelar para as autoridades consulares, pleiteando a devolução dos livros. Os Espíritos, no entanto, orientaram-lhe a deixar que se consumasse o acto arbitrário, pois isso produziria um efeito ainda maior do que a leitura das obras, disseminando o Espiritismo com maior rapidez.

 Em 09 de Outubro daquele mesmo ano, então, a sentença foi executada, com todo o ritualismo em vigor, como se vê do resumo do auto de fé, reproduzido na Revista Espírita. Hoje, nove de Outubro de mil oitocentos e sessenta e um, às dez e meia da manhã, na esplanada da cidade Barcelona, lugar onde são executados os criminosos condenados ao último suplício, e por ordem do bispo desta cidade, foram queimados trezentos volumes e brochuras sobre o Espiritismo, a saber:
A Revista Espírita, director Allan Kardec;
A Revista Espiritualista, director Piérard;
O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec;
O Livro dos Médiuns, pelo mesmo; Que é o Espiritismo, pelo mesmo;
Fragmentos de Sonata ditada pelo Espírito de Mozart;
Carta de um Católico sobre o Espiritismo, pelo Dr. Grand;
A História de Joana d’Arc, ditada por ela mesma à Srta. Ermance Dufau;

A Realidade dos Espíritos demonstrada pela Escrita Directa, pelo barão de Goldenstubbé. Assistiram ao auto-de-fé: Um sacerdote com os hábitos sacerdotais, com a cruz numa mão e uma tocha na outra; Um escrivão encarregado de redigir a acta do auto-de-fé; O secretário do escrivão; Um empregado superior da administração das alfândegas; Três serventes da alfândega, encarregados de alimentar o fogo; Um agente da alfândega representando o proprietário das obras condenadas pelo bispo. Uma inumerável multidão enchia as calçadas e cobria a imensa esplanada onde se erguia a fogueira. Quando o fogo consumiu os trezentos volumes ou brochuras Espíritas, o sacerdote e seus ajudantes se retiraram, cobertos pelas vaias e maldições de numerosos assistentes, que gritavam: Abaixo a Inquisição!


Várias pessoas, a seguir, aproximaram-se da fogueira e recolheram as suas cinzas. Uma inumerável multidão enchia as calçadas e cobria o fragmento do Livro dos Espíritos, consumido pela metade. “Nós os conservamos preciosamente, como um testemunho autêntico desse acto de insensatez, disse Allan Kardec.

Espiritismo e Vida

O Espiritismo, meus irmãos, é a luz que verte do Alto na grande noite da Humanidade, para nos apontar o caminho na escuridão.
O Espiritismo, é Jesus de volta, que nos vem convidar a reflexões muito profundas a respeito do que somos - Espíritos imortais - de como estamos - corpos transitórios - e para onde vamos - na direcção da pátria, conscientizando-nos que a lei que deve viger em todas as nossas atitudes é a lei de amor. Este amor, porém, que é lei natural e está em todo o Universo, porque é a lei do equilíbrio.
Quando, realmente, nos deixarmos penetrar pela proposta de Jesus, quando legitimamente nos permitirmos mimetizar pelo Seu dúlcido olhar, feito de misericórdia e de compaixão, uma nova conduta se estabelecerá em nossas vidas, e aprenderemos, por fim, a seguir com equilíbrio pela estrada libertadora.
O Espiritismo, anunciado pelo Mestre, chega na hora predita para atender o rebanho aturdido que, tresmalhado, aguarda o cajado do Bom Pastor. Ele veio, meus filhos, e convocou-nos a uma nova ordem de pensamento e de conduta. A Sua voz, de quebrada em quebrada, chegou até estes dias, para que tivéssemos um roteiro de segurança, para não mais incidirmos ou reincidirmos nos delitos a que nos vinculamos.
Da primeira vez, iludidos, fascinados, atormentados, deformamos-Lhe os ensinamentos, adaptando-os aos nossos interesses escusos. Mas Ele não cessou de nos enviar embaixadores encarregados de recordar-nos Seu amor inefável até quando Allan Kardec nos trouxe desvelado, o Evangelho para vestir nossa alma com a luz mirífica das estrelas. Tenhamos cuidado com a prática espírita!
O Consolador não se deterá, mesmo que os homens coloquem pelos caminhos impedimentos à sua marcha, dificuldades ao processo evolutivo, porque Cristo vela! O Espiritismo, meus filhos, é doutrina dos Espíritos para os homens. Espíritos, por sua vez reencarnados, comprometidos com a instalação na Terra do reino do amor, da justiça da caridade.
Tende tento!
Meditai profundamente na palavra de ordem e de razão que deflui do Evangelho vivo e, se por certo, estais sendo chamados para o rebanho, esforçai-vos para atender ao convite, e lutai até o sacrifício para serdes escolhidos.
Recebeis farta messe de luz; distribuí-a pelo mundo estróina. Sois aquinhoados com o conhecimento libertador; passai-o adiante através da voz eloquente dos vossos actos e pela palavra austera dos vossos sentimentos. Jesus espera! Como nós confiamos n’Ele e Lhe pedimos apoio, Ele confia em nós, e nos pede fidelidade.
Os Espíritos amigos, vossos anjos guardiães e companheiros de jornada, aqui estamos para sustentar-vos nos testemunhos, para dar-vos força, para que possais vencer com idealismo, de maneira estóica.
Não adieis o momento de ajudar, não procrastineis a hora de servir e, integrados na falange do bem, cantai, cantai ao Senhor, mesmo que lágrimas escorram pelos vossos olhos e dores macerem vossos corações.
Cantai um hino de júbilo e de liberdade, demonstrando que na cruz os braços estão abertos para afagar, dando testemunho que pode aquilatar o valor de quem ama.
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe, e que a paz prossiga convosco, suavizando vossas lutas e dores!
São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra


(Mensagem psicofónica obtida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao término da conferência pública no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 24 de Agosto de 2000.)

Bezerra no Grupo dos Oito


Meus filhos. Que o Senhor nos abençoe.
A vida estua em triunfo desde a expressão das moléculas na sua pequenez até a grandiosidade cósmica na sua totalidade. Somos viajadores do tempo, encetando experiências que desenvolvemos lentamente, na busca da plenitude que nos aguarda. Caímos aqui e levantamo-nos, dando curso ao compromisso abraçado sem nos determos na queixa improdutiva ou na lamentação injustificada.
Jesus, meus filhos, é para nós o sol de primeira grandeza, cuja claridade nos penetra e cujo amor nos liberta das imperfeições. Não é esta a primeira vez que o temos buscado.
Em épocas recuadas, diante das labaredas que chamávamos sagradas, no silêncio das noites orientais, procuramos emergir do caos para ascender, sintonizando com o divino pensamento. Lentamente, construímos civilizações à margem dos grandes rios e sepultamos os ideais de beleza nos santuários de pedra e nos rituais que não tinham sentido profundo de significação real. Distanciamo-nos, não obstante as vozes dos missionários que traziam a mensagem da vida maior. O ego predominante fez-nos sucumbir, abandonando a causalidade primeira.
Veio Jesus e a sua palavra clara, quão profunda, arrebatou-nos. Seguimo-lo através dos tempos, restaurando o pensamento platónico, erguendo escolas, mas as tentações do mundo atraíram-nos e a vaidade perdeu-nos.
Atravessamos a noite medieval modificando a estrutura da mensagem e erguendo santuários de pedra, adornados da vaidade humana transitória, e perdemos o contacto novamente com o pensamento divino.
Com Huss, Lutero, reencontramos a mensagem e nos empolgamos. Acompanhamos o monge libertador, seguindo-lhe o pensamento claro, mas não suportamos a pressão dos príncipes alemães e declaramos que o povo, os camponeses, mereciam ser submetidos em detrimento da proposta de Jesus, que era libertadora.
Multiplicamos interpretadores da palavra e tornamo-nos comensais dos interesses apaixonados do mundo.
Vem Allan Kardec e restaura a proposta de Jesus, brindando-nos o Consolador. Apoia-se no fato científico demonstrado no gabinete da experimentação, que atesta a imortalidade da alma, a sua comunicabilidade, a reencarnação e a justiça divina.
E que é, meus filhos, que nós temos feito da revelação espírita? Chega o momento grave das decisões. Esta é a hora de perseverarmos no ideal libertador e de difundirmos o pensamento do Mestre na sua pulcritude para que o mundo angustiado e triste encontre rumo e a criatura esvaziada de objectivos nobres preencha-se de ideal feito de luz e de verdade.
Comprometeste-vos, antes do berço, de desfraldar a bandeira da doutrina espírita e de apresentá-la ao mundo no aturdimento que vivemos.
Aceitastes a incumbência de servir sem serdes servidos. Aceitastes a tarefa de amar mesmo que incompreendidos. E por isso sois poucos, irmanados ao ideal da verdade, nesta luta sem quartel, do bem verdadeiro contra o mal transitório.
Não desanimeis; Jesus convidou apenas doze. Este tombou, aquele se equivocou, outro mais foi arrebatado pelas dúvidas e não obstante colocou os alicerces do reino de Deus nos corações.
Não vos preocupeis, portanto, com a quantidade expressiva, mas não importante.
Qualificai-vos para servir. Levai a luz ao lugar em que predomina a treva, a esperança onde a angústia reside e a certeza do triunfo da vida sobre a morte no chavascal das paixões humanas e das fragilidades do comportamento moral.
Cantai alto a imortalidade da alma, a sua vitória sobre o corpo transitório e vivei em consonância com o ideal que abraçais.
Nós, vossos amigos espirituais, acima de partidos e de facções, vos amamos, confiando que ireis corresponder à magnitude do compromisso, no exercício de trabalhar a terra dos corações para que as sementes eternas da Boa Nova germinem, frondejem, refloresçam e frutifiquem mil por cada semente.
Esta é a hora, meus filhos. Já passamos por esses caminhos; são-nos muito conhecidos.
Sabemos do jugo da carne, da sua pressão. Experimentamos as pressões psicossociais, sócio-económicas, ambientais, por isso que vos amamos, porque tendes buscado ser fiéis a Jesus descrucificado. Levai-o adiante.
Nunca, quanto hoje, o homem embriagado de ciências e de tecnologia apresentou o coração tão vazio e a alma tão carente de paz e de amor.
Falta a este homem das estrelas e das micro-partículas a suave ternura do Mestre da Vida. Sede a voz doce e forte, o calor suave e nobre, a bondade vigorosa e meiga.
Impregnados do espírito do Cristo, lograreis o intento entesourando bênçãos de paz, de saúde e de valor moral para vós e o vosso trabalho.
Abraça-vos, em nome dos amigos espirituais do vosso Grupo, o servidor humílimo e paternal de sempre – Bezerra.
Muita paz, meus filhos.


(Mensagem psicofónica do Espírito Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, ditada ao médium Divaldo Pereira Franco, em 19.8.98, em reunião do Grupo dos Oito, no Rio de Janeiro, RJ.)

Instalação da era nova

É esse Jesus, modelo e guia, que o Espiritismo nos traz de volta.
Alegrai-vos, vós que chorais. Tende confiança. Mantende o ânimo para seguir sem desalento, voltados para o bem inefável e para o amor incondicional.
Jesus, meus filhos, é o nosso caminho, levando-nos à verdade e à vida.
Estais informados de como proceder.
...E ante as penosas injunções, não busqueis orientações nem directrizes outras, porque já tendes o amor e o perdão.
Perdoai, sempre e incessantemente, amando os crucificadores para que todos saibam que sois discípulos do Mestre vitorioso da cruz.
Inaugura-se a era nova. A revelação espírita abre o ciclo das realizações grandiosas para o porvir.
Fostes honrados com o convite do Mestre Jesus, para vos constituirdes em alicerce dessa era nova.
Entregai-vos à Sua condução e nunca vos deixeis recuar, estacionar, ceder o passo na estrada do bem.
Esta é a hora de semear luz.
Ide, pois, como aqueles setenta da Galileia, preparar os caminhos, porque o Senhor está chegando à Terra para proclamar a glória do Espírito imortal.
Ide, por toda, parte, e falai a respeito de Allan Kardec, a quem homenageamos neste dia do encerramento do 2º Congresso Brasileiro de Espiritismo.
Convidado pelos Espíritos-espíritas do Brasil para que presidisse este evento, o nobre Codificador, aqui presente com as falanges do Espírito de Verdade, está connosco e nos acompanhará neste novo ciclo que se abre até o momento quando o mundo de regeneração se encontre instaurado e instalado na Terra.
Que Jesus nos abençoe, filhos da alma, e que a paz, que deflui da consciência tranquila, permaneça em vossos corações.
Recebei o carinho dos companheiros que vos precederam no retorno ao Grande Lar através do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.


Mensagem psicofónica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao final de sua conferência, no encerramento do 2º Congresso Espírita Brasileiro, no dia 15 de abril de 2007, em Brasília, DF

domingo, 26 de junho de 2016

Apometria não é Espiritismo

Autor: Divaldo Pereira Franco


O médico carioca residente em Porto Alegre Dr. José Lacerda desde os anos 50, espírita que era então, começou a realizar numa pequena sala do Hospital Espírita de Porto Alegre chamada A Casa do Jardim, actividades mediúnicas normais. Com o tempo ele recebeu instruções dos espíritos e realizou investigações pessoais que desaguaram em um movimento ao qual ele deu o nome de Apometria.
Não irei entrar no mérito nem no estudo da apometria porque eu não sou apómetra, eu sou espírita o que posso dizer é que a apometria, segundo os apómetras, não é espiritismo. Porquanto as suas práticas estão em total desacordo com as recomendações de O Livro dos Médiuns.

Não examinaremos aqui o mérito ou demérito porque eu não pratico a apometria, mas segundo os livros que tem sido publicados, a apometria, segundo a presunção de alguns, é um passo avançado do movimento Espírita no qual Allan Kardec estaria ultrapassado.
Allan Kardec foi a proposta para o século XIX e para parte do século XX e a apometria é o degrau mais evoluído no qual Allan Kardec encontra-se totalmente ultrapassado. Tese com a qual, na condição de espírita, eu não concordo em absoluto.

Na prática e nos métodos de libertação dos obsessores a violência que ditos métodos apresenta, a mim, a mim pessoalmente me parecem tão chocantes que fazem recordar-me da lei de Talião que Moisés suavizou com o código legal e que Jesus sublimou através do amor.
Quando as entidades são rebeldes os doutrinadores depois de realizarem uma contagem cabalística ou de terem o gestual muito específico expulsam pela violência esse espírito para o magma da Terra, a substância ainda em ebulição do nosso planeta.
O colocam em cápsulas espaciais e disparam para o mundo da erraticidade. Não iremos examinar a questão esdrúxula desse comportamento, mas se eu, na condição de espírito imperfeito que sou, chegasse desesperado num lugar pedindo misericórdia e apoio na minha loucura, e outrem, o meu próximo, me exilasse para o magma da Terra, para eu experimentar a dureza de um inferno mitológico ou ser desintegrado, eu renegaria àquele Deus que inspirou esse adversário da compaixão.

Ou se me mandasse numa cápsula espacial para que fosse expulso da Terra. Com qual autoridade?
Quando Jesus disse que o seu reino é dos miseráveis.
Na parábola do Festim de Bodas, ele manda buscar os mendigos, aqueles que estão nos lugares escabrosos já que os eleitos recusaram e mataram os seus embaixadores.

A Doutrina Espírita centraliza-se no amor e todas essas práticas novas, das mentalizações, das correntes mento-magnéticas, psico-telérgicas para nós espíritas merecem todo respeito, mas não tem nada a ver com espiritismo.

Seria o mesmo que as práticas da Terapia de Existências Passadas nós realizarmos dentro da casa espírita ou da cromoterapia ou da cristalterapia, fugindo totalmente da nossa finalidade.

A Casa Espírita não é uma clínica alternativa, não é lugar onde toda experiência nova vai colocada em execução.
Tenho certeza de que aqueles que adoptam esses métodos novos, primeiro, não conhecem as bases Kardequianas e ao conhecerem-nas nunca vivenciaram para terem certeza, seria desmentir todo material revelado pelo mundo espiritual nestes 144 anos de codificação, no Brasil e no mundo, pela mediunidade incomparável de Chico Xavier, as informações que vieram por esse médium impar, pela notável Yvonne do Amaral Pereira, por Zilda Gama, por tantos médiuns nobres conhecidos e nobres desconhecidos no seu trabalho de socorro.

Então se alguém prefere a apometria, divorcie-se do Espiritismo. É um direito! Mas não misture para não confundir.

A nossa tarefa é de iluminar, não é de eliminar.

O espírito mau, perverso, cruel é nosso irmão na ignorância.

Poderia haver alguém mais cruel do que o jovem Saulo de Tarso? Ele havia assassinado Estevão a pedradas, havia assassinado outros, e foi a Damasco para assassinar Ananias.
Jesus não o colocou numa cápsula espacial e disparou para o infinito. Apareceu a ele! Conquistou-o pelo amor: "Saulo, Saulo, por que me persegues?"
Pode haver maior ternura nisso?
E ele tomado de espanto perguntou: "Que é isto?" "- Eu sou Jesus, aquele a quem persegues". E ele então caiu em si.

Emmanuel usa esta frase: E caindo em si, quer dizer aquela capa do ego cedeu lugar ao encontro com o ser profundo, caindo em si.
Ele despertou, e graças a ele nós conhecemos Jesus pela sua palavra, pelas suas lutas, pelo alto preço que pagou, apedrejado várias vezes até ser considerado morto, jogado por detrás dos muros nos lugares do lixo, dos dejectos ele foi resgatado pelos amigos e continuou pregando.

Então os Espíritos perversos merecem nossa compaixão e não nosso repúdio. Coloquemo-nos no lugar deles. Que sejas como connosco quando nós éramos maus e ainda somos aqui com nós.
Basta que alguém nos pise no calcanhar ou nos tome aquilo que supomos que é nosso, para ver como irrompe a nossa tendência violenta e nós nos transformamos de um para outro momento.

Não temos nada contra a Apometria, as correntes mento-magnéticas, aquelas outras de nomes muito esdrúxulos e pseudo-científicos. Não temos nada.

Mas como espíritas, nós deveremos cuidar da proposta Espírita.

E da minha condição de Espírita exercendo a mediunidade a mais de 54 anos, os resultados tem sido todos colhidos da árvore do amor e da caridade.
Não entrarei no mérito dos métodos, que são bastante chocantes para a nossa mentalidade espírita, que não admite ritual, gestual, gritaria, nem determinados comportamentos, porque a única força é aquela que vem de dentro.
Para esta classe de Espíritos são necessários jejum e oração.


Transcrito do programa Presença Espírita da Rádio Boa Nova a partir de palestra de Divaldo Pereira Franco (Agosto/2001)

Libertação da ignorância

“Filhas e filhos da alma.
Permaneça connosco a paz do Senhor.
Ouvistes nestes dias as lições que vos libertam das incertezas, traçando directrizes de segurança e de paz.
Recebestes a mensagem de libertação da ignorância, pautada na observância do conhecimento da Ciência, da Tecnologia e das reflexões filosóficas.
Volvestes o pensamento na direcção de Jesus, e os conceitos ético-morais libertadores que Ele emitiu e os viveu devem esculpir-se no âmago dos vossos sentimentos.
Aqui aportastes com a fé debilitada pelas lutas contínuas, no vaivém das reencarnações.
Apresentáveis o ser cansado como se as resistências morais não suportassem novos desafios. E recebestes o combustível da Verdade para manter a chama da fé raciocinada mais fulgurante, mais rica de calor. Não é, porém, esta a primeira vez que vos comprometeis com Jesus.
Ao largo de dois mil anos, vindes tentando a entrega definitiva ao amor, mas as heranças atávicas do passado têm conspirado contra as vossas decisões e por falta de segurança na fé, optastes pelos prazeres alucinantes, olvidando o Amigo que tem marchado sem amigos, ou com poucos amigos.
Compadecido de todos nós, Ele volveu à Terra através do Espírito Consolador, como prometera, no momento quando a Ciência podia confirmar as Suas propostas sublimes e profundas.
E vos foi concedida a honra de tomar conhecimento com o Espiritismo libertador.
Agora, soa o instante da aplicação desses conhecimentos que vindes aurindo através do estudo sério da Mensagem de Vida Eterna, das reflexões demoradas em torno da ilusão, das utopias materiais em relação à imortalidade na qual todos estamos mergulhados.
Atentai para este momento de transição.
Convidados para apresentar o Cristo através da vivência dos Seus ensinos, não titubeeis, não vos justifiqueis, não reuni argumentos destituídos de significados para vos evadirdes da responsabilidade.
Antes, desconhecíeis o oceano sublime da Verdade. Agora, já penetrastes nas águas lustrais dos sublimes ensinamentos que a desvelam à vossa inteligência.
Sede dóceis, olvidai todo mal, onde quer que se homizie, para vos recordardes somente do Bem.
Perdoai, para que possais estar em paz.
Dai-vos as mãos em atitude fraterna, compreendendo as dificuldades do outro e confiando que ele também entenderá as vossas.
É necessário que brilhe a vossa luz e que o Mestre em triunfo inaugure a Era de Paz por que todos anelamos.
Espírita, seja o nome de cada nome impresso na actual reencarnação, demonstrando ao mundo aturdido que as ciladas que antes vos arrastaram ao erro são desarmadas com facilidade.
Retornai aos vossos lares e cantai, para aqueles que não puderam estar connosco nesses dias, a sublime canção de imortalidade que repercutiu na acústica dos nossos corações.
Convidados, lutai para serdes escolhidos, a fim de participardes do banquete de amor e luz da Era Nova.
Os sinais de Deus na criação, meus filhos, estão na criatura humana, co-criadora em forma de inteligência e razão, consciência e discernimento, amor e caridade, sublimes heranças do Pai Celestial.
Não vos permitais o temor, mantende-vos confiantes.
O sofrimento é a condecoração do herói.
A dor é o sinal de avaliação dos valores iluminativos que o Cristão deve apresentar ao mundo.
E ao invés da queixa, da reclamação, das acusações infundadas, compaixão, em nome da misericórdia divina de que todos necessitamos.
O Evangelho diz: Eia, agora. Este é o santo momento de libertação.
Exultai, porque conheceis a mensagem de Cristo Jesus, apresentada pelo Seu apóstolo Allan Kardec.
Que o Senhor de bênçãos nos abençoe e que a Sua paz, entesourada em nossos corações, espalhe-se como perfume em bênçãos, atendendo a multidão.
Muita paz, meus filhos, em nome dos Espíritos-espíritas.
O servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra. Muita paz.”


Mensagem recebida psicofonicamente, pelo médium espírita Divaldo Pereira Franco, no encerramento da X Conferência Estadual Espírita, no dia 9 de Março de 2008, em Pinhais, Pr.

A reencarnação

No dia 12 de Novembro de 2006, no encerramento da reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB, o médium Divaldo Pereira Franco recebeu mensagem psicofónica do Espírito Bezerra de Menezes. Eis a íntegra do texto, que está publicado na edição de Dezembro da revista Reformador, editada pela FEB.

Meus filhos,
Que o Senhor nos abençoe e nos guarde na Sua paz.
A reencarnação, a nobre fiandeira dos destinos, promovendo o Espírito, etapa a etapa, faculta-lhe a conquista da plenitude, herdando de cada experiência os atavismos que devem ser superados no processo da evolução. Repetimos, não poucas vezes, as experiências mal sucedidas, revivendo os mesmos equívocos de que nos deveríamos libertar face à oportunidade de progresso. Em razão disso, encontramo-nos, não poucas vezes, aturdidos ante a mirífica luz do Evangelho e as amarras em que a consciência permanece atada ao passado de sombras. O egoísmo, esse vírus perturbador do processo de libertação, propõe, então, através dos caprichos que sejam trazidos de volta, esses infelizes fenómenos que não foram totalmente liberados.
É por isso, meus filhos, que ainda hoje, graças ao sublime contributo da Doutrina Espírita, aturdimo-nos, procurando avançar sem a liberdade de alçar voos mais amplos porque as lembranças do ontem jungem-nos às situações perniciosas que nos marcaram profundamente. Tende, porém, a coragem de viver a madrugada nova, de assumir a decisão de desatar-vos dos laços perversos que vos retardam a marcha, no avanço pelas infinitas estradas do progresso. Iluminados pelo conhecimento libertador, necessitais de o vivenciar através dos exemplos que o amor proporciona em evocação da incomparável figura de Jesus Cristo.
O Mestre, exemplo máximo de conhecimento, por haver sido oConstrutor do nosso planeta com seus nobres arquitectos, não olvidou a experiência do amor, oferecendo aos infelizes que não podiam discernir, o alimento que atendesse à fome orgânica, o socorro à enfermidade, a dádiva de compaixão em relação às heranças das existências passadas. Por isso, multiplicou pães e peixes, porque a multidão tinha fome, levantou paralíticos, restituiu luminosidade aos olhos apagados, desatou línguas amarradas na mudez, abriu ouvidos moucos à melodia da vida, ensejou a cicatrização das chagas purulentas, mas também retirou a hanseníase moral que os Espíritos carregavam, a fim de não retornarem aos mesmos processos depurativos, propondo que fizéssemos tudo isso em Sua memória, restaurando-Lhe os ensinamentos sublimes e as práticas inolvidáveis.
O Espiritismo chega à consciência terrestre para servir de ponte entre as diferentes ciências, iluminando-as com a fé racional, mas ao mesmo tempo, oferecendo o contributo sublime da caridade fraternal em todas as formas como se possa expressar. Não vos esqueçais, portanto, nunca, em vosso ministério de libertação de consciências, da vivência do amor. Avançai no rumo do progresso, estendendo, porém, a mão generosa e o coração afável àquele que se encontra na retaguarda, necessitado de carinho e de ensejo iluminativo. Dai-lhe o pão, mas também a luz, na verdade, oferecei a informação doutrinária para demonstrar-lhe quanto vos faz bem esse conhecimento, em face das transformações morais para melhor, que vos impusestes, logrando os primeiros êxitos...
Este é o grande momento da transição e todos enfrentaremos dificuldades. Vós outros, principalmente, em razão dos compromissos elevados, experimentareis as dores talvez mais acerbas no cerne da alma, por meio de traições inesperadas, de enfermidades não avisadas, de solidão. E sem nenhum apoio aos sentimentos masoquistas, agradecei a Deus a bênção do resgate, enquanto vossas mãos estiverem segurando a charrua e lavrando a terra dos corações para ensementação da verdade.
Não desanimeis, nunca! O instante mais perturbador da noite é também o instante que abre o leque de luz na direcção da alvorada. Permanecei fiéis à proposta que herdastes do Egrégio Codificador do Espiritismo, sendo companheiros uns dos outros em nosso Movimento Espírita, preparando-vos para a lídima fraternidade no organismo social tumultuado da Terra dos vossos dias.
Jesus, meus filhos, inspira-nos, segue connosco. Embora pareça que a sociedade marcha para o caos, o Grande Nauta conduz com segurança a barca da Terra e sabe que esses acidentes na lei do progresso não conseguem impedir o desenvolvimento intelecto-moral das suas criaturas. Iluminai as vossas consciências, portanto, e amai até sentirdes plenamente a presença do Amor não amado...
Que o Senhor de bênçãos continue abençoando-nos são os votos que vos faz o servidor humílimo e paternal de sempre,


Bezerra

Clarinadas de um novo dia

Espíritas, meus irmãos!

Quando as clarinadas de um novo dia em luz nos anunciam os chegados tempos do Senhor; quando uma era de paz prepara a nova humanidade, neste momento dominada pela angústia e batida pela desesperação, façamos a viagem de volta para dentro de nós. No instante em que os valores externos perdem a sua significação, impulsionando-nos a buscar Deus no coração, somos, através de nossos irmãos, convidados à responsabilidade maior de amar, de servir e de passar...
Jesus, meus amigos, é mais do que um símbolo. É uma realidade em nossa existência. Não é apenas um ser que transitou da manjedoura à Cruz, mas o exemplo, cuja vida se transformou num Evangelho de feitos, chamando por nós.
Necessário, em razão disso, aprofundar o pensamento na Obra de Allan Kardec para poder viver Jesus em toda a plenitude.
Estamos convidados ao banquete da era melhor, do Evangelho imortal, e ninguém se pode escusar, a pretexto algum.
Dias houve em que poderíamos dizer que não estávamos informados a respeito da verdade. Hoje, porém, sabemos... Agora que a conhecemos por experiência pessoal, vivamos o Cristo de Deus em nossas atitudes, a fim de que o sol espírita não apresente a mensagem de luz dificultada pelas nuvens densas que caracterizam o egoísmo humano, o ressentimento, a vaidade...
Unificação, sim. União, também.
Imprescindível que nos unifiquemos no ideal Espírita, mas que, acima de tudo, nos unamos como irmãos.
Os nossos postulados devem ser desdobrados e vividos dentro de uma linha austera de dignidade e nobreza. Sem embargo, que os nossos sentimentos vibrem em uníssono, reflectindo as emoções de amigos que se desejam ajudar e de irmãos que se não permitem avançar - deixando a retaguarda juncada de cadáveres ou assinalada pelos que não tiveram força para prosseguir...
A tarefa da unificação é paulatina; a tarefa da união é imediata, enquanto a tarefa do trabalho é incessante, porque jamais terminaremos o serviço, desde que somos servos imperfeitos, e fazemos apenas a parte que nos está confiada.
Amar, no entanto, é o impositivo que o Senhor nos concedeu e que a Doutrina nos restaura. Unamo-nos, amemo-nos, realmente, e dirimamos as nossas dúvidas, rectificando as nossas opiniões, as nossas dificuldades e os nossos pontos de vista, diante da mensagem clara e sublime da Doutrina com que Allan Kardec enriquece a nova era, compreendendo que lhe somos simples discípulos. Como discípulos não podemos ultrapassar o mestre. Demo-nos as mãos e ajudemo-nos; esqueçamos as opiniões contraditórias para nos recordarmos dos conceitos de identificação, confiando no tempo, o grande enxugador de lágrimas, que a tudo corrige.
Não vos conclamamos à inércia, ao parasitismo, à aceitação tácita, sem a discussão ou o exame das informações.
Convidamo-vos à verdadeira dinâmica do amor.
Recordemos, na palavra de Jesus, que "a casa dividida rui", todavia ninguém pode arrebentar um feixe de varas que se agregam numa união de forças. É por isto, Espíritas, meus irmãos, que a Unificação deve prosseguir, mas a União deve vigir em nossos corações.
Somos semeadores do tempo melhor. Somos os promicultores da era nova. A colheita que faremos em nome de Jesus caracterizar-nos-á o trabalho.
Adiante, meus irmãos, na busca da aurora dos novos tempos.
Jesus é o Mestre por excelência e Allan Kardec é o discípulo fiel. Sejamos nós os continuadores honrados e nobres da Sua obra de amor e da Sua lição de sabedoria...E quando as sombras da desencarnação descerem sobre vós, e nós outros, os já desencarnados, nos acercarmos a receber-vos, podereis dizer:
- Aqui estamos, Senhor, servos deficientes que reconhecemos ser, porque apenas fizemos o que nos foi determinado.
Ele, porém, magnânimo, justo e bom, dir-vos-á:
"Vinde a mim, filhos de meu Pai, entrai no gozo da paz"?
Muita paz, meus amigos!
Que o Senhor vos abençoe. – Bezerra


Mensagem psicofónica recebida pelo médium Divaldo P. Franco, na noite de 20/04/1975, na sessão pública da Federação Espírita Brasileira, Secção - Brasília, DF. (Fonte: Reformador - Fev/1976)

Tu és o nosso sol


Tu és o nosso sol! Vem ter connosco, Jesus, pois que se contigo debatemo-nos na aflição e jornadeamos na ignorância, sem Ti mergulharemos no caos. Aquece-nos, Senhor, para sermos dignos do teu inefável amor.
Espíritas do mundo, aqui reunidos: tende como templo o Universo, como nos disse Léon Denis, o Apóstolo do Espiritismo francês, mas conduzi Jesus em vossos corações, em vossas palavras, em vossos actos. Semeai a claridade inapagável da Doutrina Espírita.
Onde fordes, deixai que ela brilhe por intermédio de vós. Sois agora mensageiros da Luz do Mundo. Fazei que a Doutrina de liberdade que vibra, que pulsa em vós, encontre outros continentes de almas para conquistar. Não arroleis dificuldades, não anoteis desafios, não aponteis fracassos. A experiência resulta das tentativas de acerto e de erro. Em qualquer situação, amai. Diante de qualquer desafio, perserverai no Bem. Caluniados, jamais caluniadores.
Agredidos, nunca agressores.
Perseguidos, não perseguidores.
O Mestre espera por vós e o missionário Allan Kardec, a quem homenageamos nesse momento, vos inspira e vos guia em nome de Jesus. Sede fiéis até o fim e ide em paz. Quer o Senhor de Bênçãos vos abençoe. A todos nos abençoe. Em nome dos Espíritos espíritas aqui presentes, de várias pátrias, abraça o coração de todos vós o servidor humílimo e paternal.


Bezerra Mensagem psicofónica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco no dia 5 de Outubro de 2004, em Paris, França, por ocasião da solenidade de encerramento do 4º Congresso Espírita Mundial.

A tarefa

Meus filhos: Que Jesus nos abençoe!

Ouve-se o clamor das multidões desvairadas, enquanto a ciência e a tecnologia alcançam o apogeu das suas conquistas. Sente-se o estupor da aflição das almas, enquanto se realizam actividades nobilitantes na área do conhecimento e das experiências intelectuais.
  
Em toda a parte o desespero cavalga as vidas, levando o transtorno à cultura e à civilização que parecem ameaçadas nas suas bases. Sucede, que o homem moderno, enriquecido pelas informações que vem perseguindo através dos séculos, lentamente mergulha no caos de si mesmo. As religiões, embora seus propósitos respeitáveis, amortalharam nos rituais, nos cultos, na pompa transitória, a mensagem trazida por Jesus ao Ocidente.
  
E, no Oriente, as disputas pela primazia das interpretações do pensamento ancestral, distanciam a criatura do Criador, facultando que se instalem o materialismo, a loucura e os vícios... Ao Espiritismo cabe a tarefa indeclinável de restaurar a proposta de Jesus nestes turbulentos dias de glórias do conhecimento e de decadência do sentimento.
   
A vós, vos cabe, à semelhança dos cristãos primitivos, a tarefa de insculpir no coração e na conduta, as lições gloriosas de Jesus, para que, lentamente, uma primavera de esperança diminua os tormentos que avassalam a Terra. Os Espíritos do Senhor trombeteiam a verdade em toda parte.
   
Allan Kardec incumbiu-se de descodificar o pensamento que verteu do céu em direcção à Terra. E vós outros tendes a tarefa de espalhar a mensagem de libertação, a fim de que o amor, por definitivo, expulse do planeta a guerra, as paixões primitivas, o cárcere das viciações e o ódio. Espíritas, filhos da alma ! Não desanimeis! Mantende-vos unidos, para levardes o compromisso que firmastes com o Senhor, ampliando os horizontes da fraternidade entre os homens e colocando nas vidas a chama da crença na imortalidade. Não aponteis obstáculos; não relacioneis dificuldades!
   
Ainda vivemos os dias do martírio para quem ama Jesus. As arenas ampliaram seus limites e as feras estão nas vossas almas, produzindo este choque que vos leva a verter lágrimas, a padecer incompreensões, a experimentar angústia! Mas não receeis – Jesus está adiante! Ele vos inspira através dos Seus mensageiros, tem conversado convosco mediante a revelação do Espiritismo, conscientizando-vos dos deveres da alma.
  
Permanecei fiéis, colocando de lado os sentimentos egoístas. ...E segui avante, afáveis, amigos, confiantes nos objectivos a conquistar, na certeza de que o Senhor está convosco.

Aqui estamos, aqueles que vos amamos, para que não vos sintais debilitados na luta nem sejam diminuídas as forças do entusiasmo para prosseguir. Sigamos adiante, meus filhos, com Jesus, por Jesus e para Jesus! Que Ele mesmo nos abençoe e nos guarde!


São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,


 Bezerra

Evos da história


Filhas e filhos da alma:

Que Jesus vos abençoe!

Urge aproveiteis a presente reencarnação a fim de alcançardes a paz.

Vinde peregrinando por tormentosas experiências que hoje se reflectem em colheita de aflições.
Transitastes por veredas quase impérvias, assinalando-as com a insensatez em forma de deboche em relação às Divinas Leis, e de desrespeito à oportunidade libertadora.

Recebestes o legado da Verdade através da abnegação de luminares da Espiritualidade que, nos diferentes evos da História, assinalaram as conquistas humanas com a revelação imortalista, e, nada obstante, deixastes em plano secundário a proposta de iluminação interior, ante o prazer mesquinho e alucinante do gozo imediato e voraz.

Recebestes do exemplo de Jesus a mensagem incomparável do Reino dos Céus, e trocastes a directriz libertadora pelos engodos terrestres.

Conhecestes mártires e apóstolos, com alguns dos quais convivestes.

Ouvistes o cântico de Assis e despertastes no Renascimento com a beleza da literatura e da arte, do conhecimento e das novas expressões de vida, para mergulhardes no abismo dos equívocos, transformando harmonia em desastre e equilíbrio em perturbação.

Veio Allan Kardec, o Apóstolo da Nova Era e reacendeu a pira para que a Verdade pudesse iluminar a grande noite, quando a ciência e a tecnologia, a filosofia e a ética davam-se as mãos para conduzir a sociedade, distantes do sentimento de religiosidade e de certeza na Imortalidade.
...E a Mensagem vos fascina.

Hoje, porém, filhas e filhos da alma, é o momento de a tomardes como pão que vitaliza a alma, introjectando-a para a viverdes intensamente.

Já não se justificam as calamitosas situações de ontem, nem existem desculpas para novos desaires.

No passado, recebestes informações, mas hoje tendes os fatos que anulam todas e quaisquer propostas que se lhes opõem.

Esta reencarnação tem um profundo sentido libertador para vós e assim o dizemos porque somos, pessoalmente, o exemplo de todos esses equívocos que a mensagem da Doutrina Espírita libertou.

Também percorri as mesmas veredas que vós outros, acumulando graves consequências que o Evangelho de Jesus, interpretado pela mensagem espírita, conseguiu diluir, ensejando-me renovação.

É por isto que, ostentando as condecorações do sofrimento na alma que se recupera de gravames, aqui estou como porta-voz dos Espíritos espíritas que mourejaram na Federação Espírita do Paraná e na Pátria do Evangelho para conclamar a que segui intimoratos e intimoratos, sem olhar para trás, sem temer.

Não recalcitreis ante o aguilhão que vos impulsiona ao avanço.

Não temais as situações dolorosas que certamente enfrentareis como parte do processo de elevação.

Segui confiantes, instaurando na Terra o Reino de Deus através da vossa dedicação.

O progresso é inestancável.

Connosco, sem nós ou apesar de nós, a fatalidade da perfeição será alcançada.

Não adiemos sine die esse momento de felicidade.

Encorajados pela certeza da sobrevivência e recordando os dislates das experiências transactas, programemos os futuros renascimentos em clima de paz, de amor, de fraternidade e de justiça.
Ide, pois, amados do coração, levando o archote que iluminará os vossos caminhos e ensejará claridade para os que vierem depois.

Imolai-vos, se necessário.

É vã a satisfação que passa e permanente a paz de consciência que se estabelece.
Incompreendidos, compreendei.

Malsinados, ajudai.

Desafiados pelos graves problemas deste momento na Terra, porfiai no Bem.

Jesus espera por nós!

Vamos, resolutos, vencendo as nossas dificuldades, mas avançando sempre.

Eia, esta é a vossa, é a nossa hora de decisão!

Entreguemo-nos ao Senhor, que desde há muitos milénios se nos entregou em regime de totalidade.

Ide em paz, filhas e filhos da alma, e que o Senhor da Vida nos abençoe e nos guarde no Seu amor.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra



Mensagem psicofónica recebida por Divaldo Pereira Franco, por ocasião do encerramento da VIII Conferência Estadual Espírita, em Curitiba, PR, no dia 26 de Março de 2006.

Publicado originalmente no jornal Mundo Espírita.

Reconnaissance à Allan Kardec


No mesmo ano em que Napoleão Bonaparte foi consagrado Imperador dos franceses, Hippolyte Leon Denizard Rivail nasceu em Lyon, em 3 de Outubro de 1804.

Transferido da fogueira de Constança em 6 de Julho de 1415, para os dias gloriosos da intelectualidade de Paris, Kardec dedicou-se ao apostolado da Doutrina ensinada e pregada por Jesus.

Sua vida e sua obra testemunham sua grandeza – Missionário da Verdade!

Nós, os beneficiários de vossa sabedoria, agradecemos, emocionados, e pedimos humildemente: orai por nós, vós que já estais no Reino dos Céus!

Léon Denis




Na solenidade de abertura do IV Congresso Espírita Mundial, o médium Divaldo Pereira Franco psicografou mensagem assinada pelo Espírito Léon Denis. A mensagem contém um agradecimento ao Codificador e é uma psicografia especular (invertida), um fenómeno raro.

Tempos de transição


Meus Filhos

Permaneça connosco a paz do Senhor!

Recrudescem as lutas. Os anunciados tempos de transição chegam e fragorosas batalhas são travadas.

É indispensável a aferição de valores que devem caracterizar os combatentes. Dificuldades e desafios apresentam-se no planeta em todas as áreas do conhecimento e do comportamento.

As estruturas mal construídas do passado esboroam-se ante o fragor das demolições incessantes. A árvore que não foi plantada pelo Bem é derrubada, e as casas edificadas sobre as areias movediças ruem desastrosamente.

Mas a obra do bem permanece suportando os vendavais, enfrentando todos os desafios.

Não nos preocupemos com esses momentos que nos chegam, estabelecendo entre as criaturas o desequilíbrio e estimulando à debandada. Os discípulos da verdade devem permanecer fiéis aos postulados que abraçam, vivenciando-os.

Não seja, pois, de estranhar, que a incompreensão sitie os nossos passos e obstáculos imprevistos apareçam pela senda que percorremos. Devemos contar com a consciência ilibada e nunca aguardar o aplauso da insensatez.

Nosso modelo é Jesus, para Quem não houve lugar no mundo.

O Codificador igualmente seguiu-Lhe as pegadas e soube arrostar as consequências do messianato a que se entregou, incorruptível e tranquilo.

Lamentamos que as maiores dificuldades sejam intestinas em nosso Movimento, mas compreendemos que as criaturas se demoram em diferentes patamares de consciências, possuindo a óptica própria para observação dos fatos e interpretação da mensagem. Já que não nos é lícito impor a proposta espírita libertadora, não nos preocupemos com as imposições que nos chegam.

Todos estamos informados dos fins dos tempos e o egrégio Codificador da Doutrina asseverou-nos que o mundo de provas e de expiações cederia lugar ao mundo de regeneração.

Através dos tempos se tem informado que essa modificação se dará por meio de fenómenos sísmicos dolorosos; através de lutas cruentas, em guerras intermináveis; mediante os conflitos humanos. No entanto, se observarmos a História, encontraremos todos esses acontecimentos assinalando períodos de transição.

A grande luta deste momento se travará no país da consciência de cada discípulo de Jesus. As convulsões serão de natureza interna. A batalha mais difícil será a da superação das más inclinações, administrando-as e direccionando-as para o Bem.

Por mais difíceis se nos apresentem as acusações, e por mais terrível seja a morbidez direccionada para impossibilitar-nos o avanço, mantenhamos a serenidade.

Que receio nos podem proporcionar aqueles que apenas falam contra nós?!

Actuando no bem e sabendo confiar no tempo, levaremos a mensagem de libertação da Doutrina Espírita às diferentes Nações da Terra, pulcra, conforme no-la legaram os Espíritos por intermédio de Allan Kardec e dos seus discípulos mais dedicados.

O movimento expande-se; nada pode deter a marcha da Doutrina Espírita, nem mesmo aqueles que, dizendo-se adeptos da palavra do Codificador, erguem-se para zurzir-nos com as expressões destrutivas, utilizando-se das armas da impiedade disfarçada de dedicação à Causa.

O servidor da verdade permanece-lhe fiel, não divulgando o mal, mas apresentando o bem; mesmo do erro tirando a melhor parte, aquela que serve de lição para não se voltar ao engano ou não se estabelecerem novos compromissos negativos.

Confiai, filhos dedicados!

Vossos passos na Terra devem deixar sinais que possam servir de roteiro para os que vierem depois.

O nosso compromisso é com Jesus, o Amor, e com Allan Kardec, a razão, para que a religião cósmica da verdade domine os corações humanos, restaurando no planeta a era da legítima fraternidade.

O Espiritismo vem desempenhando o papel para o qual foi codificado.

Não nos detenhamos na análise dos impedimentos, dos erros, mas examinemos a extensão dos benefícios que hoje conduzem milhões de vidas que se norteiam para o Bem.

Não guardemos qualquer ressentimento, nem nos deixemos entristecer ou entibiar, quando as forças parecerem diminuídas.

Não nos permitamos desanimar, porquanto o nosso é um trabalho pioneiro, a nossa é uma tarefa caracterizada pelo estoicismo.

Nossa jornada deve estar assinalada pelo amor, e é natural que ainda não haja lugar para ele entre muitos Espíritos que se encontram em níveis de evolução diferentes.

Avancemos unidos. O ideal de unificação vem do mundo espiritual para a Terra.

Se não formos capazes de discutir as nossas dificuldades idealistas em clima de paz, de fraternidade, de respeito mútuo, de dignificação dos indivíduos e das instituições, que mensagem podemos oferecer ao mundo e às criaturas estúrdias deste momento?!

Tem-se a medida do valor moral do homem pelas resistências que vive nas lutas que trava.

Os ideais tomam-se grandiosos pelo que provocam nos inimigos gratuitos do progresso.

A Doutrina Espírita, repitamos, é Jesus, meus filhos, em nova linguagem perfeitamente compatível com os arroubos da Ciência e os fatos demonstrados pela experimentação de laboratório, assim com pelas conquistas tecnológicas. Mas, a criatura humana, que é o laboratório da própria evolução, no seu encontro com Jesus através da fé racional, clara e nobre, é o campo onde o bem se instalará em definitivo, como célula do organismo social.

E dessa criatura transformada teremos a sociedade melhor que o Espiritismo deve construir.
Fiquem, no passado, todos os problemas-desafios.

Fiquem, no silêncio das nossas palavras e no verbo das nossas acções edificantes, os nossos propósitos de servir, confiando que a casa construída na rocha sobreviverá aos factores externos que, aparentemente, a ameaçam, e o ideal sobrepairará conduzindo todos ao imenso fanal da plenitude.

Senhor de nossas vidas, prossegue conduzindo-nos!

Ovelhas tresmalhadas que somos do Teu rebanho, apieda-Te da nossa tibieza de carácter, da nossa fragilidade moral e conduze-nos com Tua paciência de Pastor multimilenário, que nos guarda pelas trilhas da evolução.

Despede-nos, Excelente Filho de Deus, enriquecidos de paz e de entusiasmo, na certeza de que nunca nos deixará a sós, mesmo quando, por qualquer circunstância, nos resolvamos afastar de Ti; concede-nos então uma outra oportunidade, permanecendo connosco por todo o tempo.
Que assim seja!

Muita paz, meus filhos.

Que o Senhor permaneça connosco, são os votos do servidor humílimo e fraternal de sempre.

Bezerra



Mensagem psicofónica recebida pelo médium Divaldo P. Franco

(Extraída do livro Bezerra Ontem e Hoje)